Blog » Os alunos universitários precisam deixar de ser alunos do secundário
Entrada criada em 13 Apr 2012 20:04 por acaetano
Foi escrito há 16 anos na América, mas continua tão atual como hoje… ou será que estamos 16 anos atrasados?
(disclaimer: what is seen above is a window for the document with the address http://www.ams.org/notices/199608/comm-zucker.pdf; in particular, such a document is not hosted in http://mateas.wikidot.com)
E as reações não se fizeram esperar (ao ritmo da periodicidade das "Notices of the AMS"):
(disclaimer: what is seen above is a window for the document with the address http://www.ams.org/notices/199611/letters.pdf; in particular, such a document is not hosted in http://mateas.wikidot.com)
Já agora, não resisto a fazer uma tradução livre de um excerto de um texto do mesmo autor do primeiro texto acima (Steven Zucker), publicado num dos doze apêndices da 2.ª edição do livro "How to teach mathematics", de Steven Krantz (cf. p. 284):
Um jovem de 18 anos entra num estúdio de tae kwon do, dirige-se ao instrutor e declara orgulhosamente: "Estou aqui para aprender a partir uma pilha de tijolos com a mão!"
O instrutor pensa por um momento, depois responde: "Bem, isso é muito difícil, e irá demorar tempo. Antes de mais terás que desenvolver autocontrolo e disciplina mental. Depois…"
O jovem interrompe: "Não me venha com essa treta da disciplina! Só tem que me ensinar como faço para partir uma pilha de tijolos com a mão!"
O instrutor vira costas abanando a cabeça, e o mesmo faz o aspirante a estudante. Um dos frequentadores habituais do estúdio, que ensina matemática numa escola secundária local e assiste à cena, aborda o instrutor: "Olhe que o jovem não está totalmente desprovido de razão. Tudo o que tem a fazer é mandar construir tijolos de um material mais quebradiço e, para jogar pelo seguro, fazer-lhes umas pequenas rachas previamente."
Comentários
Não era má ideia traduzir para Português os 7 items do
'Academic Orientation for Fall Semester
Freshman Lecture Courses' e divulgar logo na primeira aula.
Segundo percebi, na altura várias universidades americanas terão decidido tornar essas dicas explícitas no início do ano letivo. Concordo que por cá está também na hora de o fazer, e de um modo extensivo: o pressuposto de que é evidente e só vai sendo referido à medida que é necessário não tem mostrado muita eficácia.
Eventualmente essa preocupação estará contida no programa de tutorado da UA, a dar os primeiros passos. Pelo menos a avaliar pelo programa correspondente do IST, onde parece ter ido buscar inspiração (embora desconheça como, na prática, tem decorrido no IST).
No seminário do dia 16 de março falarei de novo destes princípios. Espero que venham a servir de base a um documento orientador que possa ser distribuído aos alunos pelos coordenadores de uc's de matemática do nosso Departamento.