Maria da Graça Marques, Marília Pires
(CEDMES, Universidade do Algarve)

Resumo

Os diretores de cursos que necessitam de matemática elementar têm tendência para solicitar aos professores das unidades curriculares de matemática que introduzam nos conteúdos programáticos aplicações à problemática sobre a qual versa o curso. Normalmente, essas unidades curriculares ficam situadas no primeiro ano, primeiro semestre, numa altura em que os alunos nem dominam ainda a ciência que se propõem estudar para que as aplicações lhes sejam familiares, nem dominam toda a matemática necessária na maior parte das aplicações. Acresce que os professores de matemática raramente terão informação suficiente para explorarem completamente os exemplos que laboriosamente desenvolveram.
Ao longo de muitos anos de lecionação a cursos que não são de Matemática, verificámos que o ensino é muito mais eficiente se se abandonarem as ideias utópicas de motivar através de aplicações e se se abordarem os conceitos elementares de forma objetiva e clara, de modo a fornecer ferramentas sólidas que os alunos poderão aplicar, nas suas áreas de especialização, quando necessário e quando tiverem maturidade científica e intelectual para o fazer.
Nesta palestra apresentamos a metodologia de motivação por nós utilizada em várias unidades curriculares que lecionámos ao longo dos últimos anos na Universidade do Algarve, tanto no ensino superior universitário como no ensino superior politécnico.